quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Sobre as formas de tradução bíblica

Neste breve artigo vamos abordar as diferentes formas de tradução do hebraico bíblico. De forma geral, existem pelo menos quatro tipos específicos de tradução, a saber: ultraliteral, literal, idiomática e livre. Dependendo dos objetivos do tradutor, cada um destes tipos terá um grau diferente de importância.

Tradução Ultraliteral

Essa tradução não se preocupa em considerar o sentido geral da passagem. A preocupação neste tipo de tradução é verter palavra por palavra de um texto para uma outra língua, buscando os termos correspondentes mais exatos. Este tipo é o mais indicado para o estudante que está iniciando seus primeiros passos no campo semântico da tradução, porém não tem grande utilidade para o leitor, uma vez que o resultado final desta tradução pode ser extremamente literal e, em alguns casos, até mesmo incompreensível. Um exemplo de tradução ultraliteral, palavra por palavra, ficaria assim:

"Eu Rute a escrava de ti e estenderás a asa de ti sobre a escrava de ti pois resgatador tu"

Tradução Literal

Ao contrário da tradução ultraliteral acima, na tradução literal procura-se deixar a passagem bíblica em condições de ser bem compreendida na língua materna do leitor. É claro, para isso será necessário um mínimo de adaptações para a língua à qual se traduz. O interessante é que na tradução literal o tradutor bem equipado tentará manter ao máximo as características do texto original como: formas poéticas, jogos de palavras, equivalência gramatical, figuras de linguagem, etc. Diferentemente também da tradução ultraliteral, este tipo de tradução pode ser bem aproveitada pelos leitores. Vamos usar o mesmo texto do exemplo anterior.

“Sou Rute, tua serva; estende a tua capa sobre a tua serva, porque tu és resgatador”
(Almeida Revista e Atualizada, SBB).

Tradução Idiomática

A tradução idiomática é também conhecida por comunicacional (Werner kashel), pois neste tipo o tradutor tem como alvo transmitir o significado original de tal maneira que o leitor entenda o conteúdo do texto original. Mas não há, como na tradução literal, uma preocupação quanto às peculiaridades da língua original. O mais importante é tornar o texto bíblico compreensível para o povo, da forma mais clara e acessível possível. Vejamos o exemplo utilizando o mesmo texto de Rute.

“- Eu sou Rute, a sua empregada! – respondeu ela. – O senhor é nosso parente chegado e por isso tem o dever de me proteger.” (Nova Tradução na Linguagem de Hoje, SBB, 2000).

Tradução livre

Este tipo de tradução não é o mais indicado para o estudioso da Bíblia, mas mesmo assim ele tem seu valor e importância. Pode haver utilidade, por exemplo, na explicação de textos para as crianças, desde que, mantenha o sentido original. Contudo, há o perigo de fugir do sentido original do texto devido a liberdade interpretativa que o tradutor tem neste tipo de tradução livre. Vejamos o exemplo:
Eu sou Rute, a nora de Noemi, e estou a disposição; case-se comigo, pois você é um de nossos parentes mais chegados e tem essa obrigação, pois nossa lei assim o exige.


Bibliografia: Renato Gusso. Gramática Instrumental do Hebraico. Vida Nova.

Fonte: Blog Soli Deo Gloria

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